Florais de Bach funcionam? Depois de centenas de mensagens, resolvi publicar esse post para esclarecer essa questão tão importante sobre a atuação dos florais.
Atualmente, a procura por terapias complementares e integrativas está crescendo. As mais conhecidas comumente são a acupuntura, o Reiki, a fitoterapia, os conhecidos florais de Bach e além de muitos outros sistemas florais propostos por inúmeros produtores no Brasil e exterior.
Todas essas terapias complementares dão esperança a aqueles que sofrem, principalmente com doenças crônicas (ou raras) de difícil resolução e tratamento ou transtornos mentais mal diagnosticados e tratados. Contudo, ainda existem muitas dúvidas e questionamentos sobre a eficácia delas, principalmente se os florais de Bach funcionam.
O que diz a ciência a respeito dos florais?
Os Florais de Bach são frequentemente categorizados como uma forma de terapia complementar ou alternativa. É crucial, porém, entender o contexto científico que envolve as essências florais. Estudos controlados, como os realizados por Ernst (2010) e Pintov (2005), apontam que não há diferenças significativas nos efeitos dos florais de Bach quando comparados a placebos em condições controladas de pesquisa. Isso sugere que, do ponto de vista científico, os benefícios percebidos podem não estar diretamente ligados às propriedades das próprias essências florais, mas talvez ao efeito placebo ou ao suporte emocional proporcionado pelo terapeuta.
Transparência e ética na prática
Como terapeuta e estudioso na área de ciência, comprometo-me com a transparência e a ética em minha prática. Ao recomendar florais de Bach, informo aos meus pacientes sobre a natureza das evidências científicas, ressaltando que, embora os estudos não garantam sua eficácia além de um possível efeito placebo, muitos usuários ainda relatam melhorias significativas em seu bem-estar emocional.
Relatos de pacientes e benefícios percebidos
Apesar das limitações evidenciadas pela pesquisa científica, não se pode ignorar os inúmeros relatos de pacientes que experienciam melhorias após o uso dos florais de Bach. Em minha prática clínica, observei que os florais de Bach funcionam como uma importante ferramenta para lidar com o estresse, ansiedade e outros desafios emocionais. Isso é alinhado ao estudo de Howard (2007), que observou benefícios emocionais em pacientes que utilizaram os florais. De qualquer forma, quando se fala de ciência, é importante destacar que a prática clínica individual, embora baseada em anos de experiència, pode não refletir evidências científicas robustas ao tamanho limitado da amostra (n) do profissional. De qualquer forma, observo que os florais de Bach funcionam contribuindo em muitos tratamentos. Por exemplo, um paciente diagnósticado com transtorno de ansiedade generalizada, se beneficia com psicoterapia, medicação e com ferramentas de redução de estresse e regulação emocional. Os florais entram, nesse caso, no rol de ferramentas de redução de estresse e regulação emocional, agregando ao arsenal de soluções para tratar tal transtorno.
Os Florais de Bach devem ser considerados como parte de um espectro mais amplo de cuidados com a saúde, visando uma saúde integral e holística. Eles podem ser integrados a um plano de tratamento que inclua terapias convencionais. Esta visão é apoiada pelo contexto de uso dos florais como um complemento, não como um substituto para tratamentos médicos estabelecidos, especialmente em casos que exigem intervenção médica ou psicológica direta.
Compromisso com a pesquisa continuada
Como parte do meu compromisso com o avanço do conhecimento na área de terapias complementares, continuo explorando e pesquisando a eficácia dos florais de Bach. Esta abordagem baseada em pesquisa visa não apenas entender melhor à respeito dos florais, mas também elucidar de forma honesta, o real funcionamento dos florais.
Conclusão
Embora a ciência forneça informações de que os florais de Bach não vão além de um efeito placebo, a terapia floral continua a ser uma escolha valorizada por muitos que buscam equilíbrio emocional. Meu objetivo é oferecer uma prática que respeite tanto a ciência quanto a experiência pessoal, proporcionando uma abordagem compreensiva e respeitosa ao cuidado da saúde mental e emocional.
Os florais de Bach funcionam mesmo?
Boa pergunta. A lógica científica tem alta plausibilidade, mas há uma outra que pode ser ainda explorada:
Compreender os florais como placebo ou autossugestão: é uma hipótese aceita -, de qualquer forma, intrigante, pois se o o psiquismo consegue trabalhar a favor do organismo, com um veículo como os florais de Bach, os mesmos serão importantes para que o psiquismo exerça à ação. O leitor pode se perguntar, se as essências florais equivalem ao placebo, por que não tomar o placebo que é mais econômico? Enfim, pois o psiquismo saberá que o organismo estará sob efeito de placebo e o mesmo não será eficaz. Por isso, eles acabam sendo necessários. Entramos num looping –, desta forma, é possível dizer, que, pelo menos para algumas pessoas, os florais de Bach são eficazes.
Isso é algo que é fascinante estudar: como o psiquismo é capaz de enviar informações ao organismo e promover bem-estar e cuidado de si mesmo? E por que é mais fácil para o psiquismo utilizar-se de remedios e ferramentas? Vale a pena investir mais energia nesse campo tão interessante.
Voltando ao estudo de Howard (2007), e aplicando apenas a tese de autosugestão, cito um comentário do estudo que deve ser considerado na prática clínica do terapeuta:
“O uso dos florais de Bach trouxe mudanças emocionais positivas na maioria dos clientes deste estudo. Embora seja difícil tirar uma conclusão definitiva quanto à importância do valor terapêutico destes remédios em relação à dor -, se superou ao placebo, os resultados são encorajadores. Em particular, alívio de emoções negativas e promoção de pensamentos positivos, incluindo como os clientes se abriram e lidaram com questões emocionais. A indicação é que existe potencial para os florais de Bach como agente terapêutico no alívio da dor e é digno de investigação qualitativa e quantitativa adicional através de estudos robustos e especificamente concebidos para replicar e progredir os resultados aqui mostrados.” Howard (2007)
Invista na terapia complementar com responsabilidade
Eu ainda me proponho e elucubro a respeito de tratar com responsabilidade, sem refutar a clínica médica nem psicológica, com a terapia floral, que proporciona bem-estar ao ser humano. É importante comentar que os tratamentos devem ser feitos com o intuito de serem complementares e não substituírem tratamentos médicos convencionais.
Considerando, que de fato, a atuação das essências florais, seja por meio do psiquismo, e nao pelo seu proprio mecanismo de ação, o objetivo final delas é exercida, como comentado. O problema, é um terapeuta substituir um tratamento convencional ou nao encaminhar o paciente para o profissional e tratamento e consequentemente medicação necessárias. Neste caso, ocorre negligencia por parte do terapeuta e consequente prejuizo ou atraso no tratamento convencional.
“Queremos ter certezas e não dúvidas, resultados e não experiências, mas sem mesmo percebermos que as certezas só podem surgir através das dúvidas e os resultados através da experiência. ” C.G. Jung
Referencias:
Ernst E. Bach flower remedies: a systematic review of randomised clinical trials. Swiss Med Wkly. 2010 Aug 24;140:w13079. doi: 10.4414/smw.2010.13079. PMID: 20734279. Clique aqui para acessar o artigo.
Pintov S, Hochman M, Livne A, Heyman E, Lahat E. Bach flower remedies used for attention deficit hyperactivity disorder in children–a prospective double blind controlled study. Eur J Paediatr Neurol. 2005;9(6):395-8. doi: 10.1016/j.ejpn.2005.08.001. Epub 2005 Oct 27. PMID: 16257245. Clique aqui para acessar o artigo.
Howard J. Do Bach flower remedies have a role to play in pain control? A critical analysis investigating therapeutic value beyond the placebo effect, and the potential of Bach flower remedies as a psychological method of pain relief. Complement Ther Clin Pract. 2007 Aug;13(3):174-83. doi: 10.1016/j.ctcp.2007.03.001. Epub 2007 Apr 23. PMID: 17631260. Clique aqui para acessar o artigo.
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